Os Cupins São Pequenos e Famintos – Praticamente invisíveis, os cupins “máquinas de comer” agem sem serem percebidos.
Pequenos, silenciosos invisíveis, os cupins são capazes de movimentar milhões com os prejuízos que causam ao patrimônio. São pelo menos 10 milhões de anos dedicados a organização, com direito a rei e rainha e só recentemente suas táticas de forrageamento foram descobertas.
Os cupins podem destruir facilmente as nossas casas e nós ainda procuramos desesperadamente uma proteção confiável contra os cupins. Algumas colônias de cupins podem conter mais de 1 milhão de indivíduos e estas “máquinas de comer” buscam em nossa residência a refeição mais atraente: a madeira.
Quando necessário os cupins podem percorrer uma distância linear de mais de 200 metros para atingirem o seu objetivo. Temos na nossa casa muitos pontos vulneráveis como janelas, portas, molduras, prateleiras ou armários, que podem ser objetos de um ataque de cupins e custarem uma fortuna para a reparação e, se a infestação de cupins não for controlada ou mesmo detectada cedo, terá um efeito devastador.
Um aspecto muito interessante nas colônias de algumas espécies de cupins é a existência de outros tipos de reprodutores que poderão substituir o rei e/ou rainha em caso de morte deles ou ainda ocorrer junto com o par real primário, aspecto que garante a sobrevivência da espécie.
Espécie de cupins mais comuns em áreas urbanas
Existem quase 3000 espécies de cupins em todo o mundo, sendo apenas 80 responsáveis por danos significativos em edificações. No Brasil encontramos cerca de 200 espécies de cupins que podem ser agrupados de diversas formas.
Aqui destacaremos dois grupos de cupins de grande importância econômica para o Brasil:
- Os cupins de madeira seca e;
- Os cupins subterrâneos.
Os cupins de madeira seca:
Como o próprio nome diz, fazem o ninho dentro da própria madeira, que ao mesmo tempo serve de alimento para a colônia. As colônias de cupins geralmente são pequenas e com crescimento lento. Vivem sempre no interior da madeira. São facilmente detectados através dos vestígios (fezes) deixados próximos da madeira atacada.
Os cupins subterrâneos ou de solo:
Em busca por comida, são capazes de perfurar materiais não celulósicos como concreto, gesso, plástico, etc. Para chegar até o alimento os cupins constroem “túneis” para atravessar ou alcançar paredes ou outros obstáculos que separam a madeira do solo. Eles constroem estes túneis nas paredes ou no interior delas, em cavidades ou fissuras.
Infestações geralmente desenvolvem-se a partir de colônias no solo, e os cupins entram nas estruturas dos edifícios através de madeiras, fundação ou paredes adjacentes ao sol, articulações, rachaduras e canalização de água e esgoto. Ocasionalmente quando encontram uma fonte de umidade (exemplo, proveniente de uma rachadura no telhado ou em encanamento rachado), podem se estabelecer sem um contato no solo.
Controle de cupins
O controle de cupim de madeira seca pode ser feito injetando calda cupinicida através de furos feitos na madeira até atingir as galerias abertas pelos cupins. Após a aplicação deve-se fechar os furos.
Os cupins subterrâneos também conhecidos como “cupim de concreto ou de alvenaria” são os que causam maior prejuízo ao patrimônio. Dentre os gêneros que causam maior dano econômico temos Coptotermes e Heterotermes.
Esses cupins consomem madeiras ou materiais celulósicos e, principalmente, as que estão em contato direto com o solo e com teor elevado de umidade, que é fundamental para o desenvolvimento dos cupins subterrâneos. São também alvos dos seus ataques as plantas cultivadas/ornamentais e árvores vivas.
Por muitos anos o controle de cupins subterrâneos baseou-se apenas em “quebrar” a ligação entre a madeira e o solo, evitando assim que os cupins chegassem ao seu alimento. Isto é feito através de um estabelecimento de barreira química para eliminar todos os possíveis pontos de entrada de cupins no ambiente.
Com base nos conhecimentos da biologia dos cupins, hoje saberemos que o princípio básico do controle de cupim subterrâneo é o monitoramento. A prevenção também é necessária para impedir uma infestação.
No controle de cupins, a prevenção é a melhor forma de controle. E a melhor forma de realizar uma barreira é na pré-construção. O primeiro cuidado a ser tomado é tirar todo o material, que sobra da obra, e possa servir de alimento para os cupins.
O controle de cupins subterrâneos no Brasil evolui muito, principalmente com a descoberta de novos produtos e suas formas de controle. Dentre os métodos de controle, uma alternativa é mais utilizada: o uso de barreira química na estrutura.
A barreira química é realizada aplicando o produto em toda a superfície que será coberta com concreto para formar uma barreira horizontal e ao redor dos pontos de fundação. Caso a área não seja cimentada logo em seguida ao tratamento, cobrir a superfície com plástico, evitando assim uma possível lixiviação do produto em caso de chuva.
No caso de estruturas já existentes, a barreira é realizada através da estrutura através de perfurações em piso e paredes, ou através de valetas, quando for possível acesso ao solo. Em ambos os casos, o objetivo do tratamento é evitar que o cupim encontre acessos ao interior da estrutura.
Dicas para se prevenir do ataque de cupins
Algumas medidas simples podem ajudar a evitar infestações de cupins, como por exemplo:
- Evitar rachaduras nas paredes;
- Eliminar qualquer fonte de umidade proveniente de vazamento;
- Proteger a superfície exterior da madeira com tintas;
- Utilizar telas nas janelas, principalmente na primavera para evitar a entrada de alados, siriris ou aleluias;
- Vistoriar sempre os fundos de armários, alisares, caixotes, etc.
Os cupins são insetos sociais e por isso possuem uma organização complexa e característica marcante que é a presença de castas, ou seja, indivíduos com morfologia diferente e que realizam tarefas especializadas:
- Reprodutores primários: rei e rainha são os reprodutores férteis da colônia;
- Reprodutores alados: só existe em colônias maduras e saem em revoadas maciças para formar novas colônias;
- Operários: causam danos por consumirem madeira e produtos celulósicos, alimentarem toda a colônia e expandirem o ninho;
- Soldados: possuem grandes mandíbulas e são responsáveis pela defesa do ninho.