Métodos de Controle Dedetização Formigas – As formigas sempre são hóspedes um tanto que inesperados.
Digamos, indesejáveis. Isso porque elas, quando em áreas internas, podem colonizar locais como aparelhos elétricos e eletrônicos, frestas de paredes, geladeira ou mesmo móveis. Em todas essas situações, as formigas causam incômodo e podem comprometer o bom funcionamento destes utensílios, o que afetaria a vida dos moradores. O que se tem, então, a fazer?
A saída são as táticas de controle. O controle das formigas necessita antes um bom monitoramento do local em questão. As formas de controle, propriamente ditas, sub-dividem-se em controles com substâncias químicas e em controles sem substâncias químicas.
Monitorando a área em questão
O primeiro passo para o controle de infestação por formigas é o monitoramento. Monitoramento nada mais é senão estratégias que os profissionais usam para saber qual é o perfil, quais são as características da infestação por formigas. Nessa tentativa, pretende-se saber quantas e quais as espécies presentes, o índice de infestação, a distribuição bi ou tridimensional (mais freqüente nos casos de prédios ou casas com mais de um andar), preferência alimentar das formigase onde estão localizadas as colônias.
No caso de hospitais, é importante que todos as alas sejam monitoradas e sejam obtidos dados a respeito da presença ou não de refrigeração, uma vez que em locais onde há ar condicionado e, portanto, temperatura mais baixa, há uma tendência significativa para diminuição da infestação. A correta identificação é muito importante, pois podem-se saber locais onde as devidas espécies preferem edificar seus ninhos, o que comem (se líquido ou sólido) e permite planejar as melhores formas de controle.
Uma dificuldade frequentemente encontrada é o fato de as formigas poderem formar vários ninhos numa mesma residência. Outra dificuldade seria as re-infestações constantes. É fortemente aconselhável que o monitoramento ocorra entre 12 e 20 horas, pois neste horário há o pico de temperatura e as formigas atingem máxima atividade. No entanto, algumas espécies possuem hábitos noturnos, fazendo com que seja necessária a coleta de informações também durante o período noturno. O monitoramento pode ser realizado por meio de entrevistas com as pessoas que ocupam os edifícios, inspeção visual e uso de iscas atrativas não tóxicas.
Entrevista – A entrevista é um método de monitoramento essencial para o controle de formigas. Consiste em um formulário padrão de perguntas através do qual se visa a caracterização do perfil da infestação. As perguntas devem ser feitas a mais de uma pessoa da casa porque diferentes pessoas fatalmente têm pontos de vista diferentes sobre a mesma infestação.
Deve-se, também, enfatizar dados sobre o histórico da infestação, perguntando-se sobre o número de espécies de formigas, locais de maior ocorrência, período de maior forrageamento e hábitos de higiene das pessoas envolvidas. Alguns casos requerem aplicações de produtos químicos. Nestes casos o formulário de questões deve conter horário para melhor aplicação.
Inspeção visual – O principal objetivo da inspeção visual é a determinação das áreas em que as formigas estão ativas e, principalmente, localização dos ninhos. Mas onde procurar formigas dentro de uma casa? Primeiramente, deve-se ter em mente que as formigas se aproveitam de falhas nas construções e fendas nos pisos e azulejos para construir seus ninhos.
Cozinhas, lavanderias e banheiros têm grande disponibilidade de água e alimento, por isso merecendo especial atenção. Rodapés e batentes de portas, dentro dos sistemas de fiação, dentro de interruptores e outros utensílios não devem ser desprezados, uma vez que frequentemente são alvos de infestações por formigas. Recentemente houve relatos de formigas nidificando dentro de armários e guarda-roupas e no meio de roupa limpa.
Uma inspeção visual completa requer que o meio externo também seja analisado. Em jardins e locais onde há terra o trabalho é mais fácil: os ninhos formam montes de terra que são rapidamente visualizados. Mas não se deve esquecer de vistoriar vasos de plantas, lixeiras, pedaços de madeira e entulhos acumulados. As formigas cortadeiras, principalmente do gênero Atta e Acromyrmex, são muito comuns em áreas peridomiciliares. Lá, elas podem causar danos à folhagem, causando desfolha, e também causam danos nas estruturas das casas se elas construírem ninhos subterrâneos.
Iscas não tóxicas – O uso de iscas permite a localização das colônias além de permitir que um maior número de espécies seja levantado. As iscas devem ser atrativas e colocadas em pontos estratégicos. O que uma isca atrativa deve conter? Usualmente, as iscas são feitas de mel, xarope, geléias, creme de amendoim, sardinha, gordura de porco (toucinho), fígado ou carne de vaca crus.
Uma idéia também utilizada é a mistura de ítens. As iscas devem ser colocadas em pequenas tampas plásticas ou sobre pedaços de papel-alumínio. Em seguida, essas iscas devem ser colocadas por toda a propriedade, em locais como batentes deportas e janelas, rodapés, armários e bancadas, conforme uma distância média de 5 a 10 metros quadrados.
As iscas devem ser monitoras frequentemente e retiradas após 48 horas. Contudo, vale ressaltar que após 2 a 4 horas, 85 % das espécies do local já podem ser coletadas. Após esse período, as iscas são colocadas em saquinhos devidamente anotados os dados relativos à presença ou não de formigas. As formigas sevem ser retiradas para identificação.
Controles químicos
O controle químico da infestação de formigas nada mais é do que o uso de produtos líquidos ou sólidos que matam as formigas por contato. Esses produtos são tóxicos a elas e levam a morte daquelas que estiverem no espectro de ação da aplicação do produto. Isso por si só restringe bastante a atuação de produtos químicos, uma vez que só as operárias saem do ninho para forragear, agravando-se ainda mais com o fato de somente 5 a 10% das operárias estão fora do seu ninho.
As formigas quando em contato com produtos tóxicos podem sofrer a chamada fragmentação. Quando uma colônia de formigas sofre atuação de inseticidas, algumas operárias morrem e poucas rainhas e crias também morrem. O que ocorre é que os demais indivíduos que não foram atingidos pelo inseticida (grande maioria) tendem a migrar para várias direções em busca de um novo ninho, levando consigo parte da cria. As sub-colônias formadas poderão ou não conter rainhas.
As que contiverem, formaram novamente uma colônia provavelmente de igual tamanho em relação à anterior. As que contiverem somente operárias e crias são completamente viáveis. Para tal, as operárias devem produzir novas rainhas fornecendo superalimentação às larvas. As primeiras rainhas não se acasalam e suas posturas darão origem a machos, que irão se acasalar com outras rainhas, possibilitando a postura de novas operárias. Conclusão: o tiro sai pela culatra! As sub-colônias se regeneram, interligam-se e formam uma grande colônia (unicolonial) em questão de pouco tempo. Só que esta última colônia é muito mais ampla do que a primeira.
Usar substâncias tóxicas tem a desvantagem também de serem necessárias grandes quantidades de produtos para que o efeito seja eficaz. As conseqüências são poluição ambiental, contaminação de áreas de atividade humana, geração de resíduos e aparelhos elétricos e eletrônicos podem ter seu bom funcionamento comprometido. Dessa forma, ultimamente têm se procurado alternativas ao uso de substâncias químicas por contato. Uma alternativa é o uso de iscas tóxicas.
Uma isca tóxica é uma isca atrativa a operárias que contém produtos tóxicos que levam as mesmas a morte. A vantagem é que, como dito anteriormente, as operárias levam o alimento a toda a colônia, inclusive rainhas e crias. Assim, a ação da isca deve ser lenta o suficiente para ser conduzida a longas distâncias, ser amplamente difundida pela colônia e somente agora iniciar a apresentação dos primeiros sintomas.
É fundamental que uma isca tóxica economicamente viável tenha todos os ingredientes ativos conhecidos. Outro quesito, sem dúvida, é ser ambientalmente aceito e letal por ingestão e em baixas concentrações.
Controles não químicos
O desequilíbrio ecológico que leva ao aumento do número de indivíduos é causado principalmente pela grande oferta de alimento, água e abrigo. A eliminação de qualquer um desses fatores contribui significativamente para evitar a infestação por formigas. Mesmo em casos onde já há infestação algumas atitudes podem contribuir para a diminuição desta. Além do mais, essas formas de controle guardam uma importância ecológica muito grande, pois não poluem. É simplesmente uma questão de hábitos.
A limpeza dos ambientes é um dos cuidados principal em se tratando de medidas de controle de formigas. Varrer ou esfregar o piso regularmente, aspirar o pó das casas, lavar bancadas, tampos de mesa e evitar restos de alimento tanto derrubados no chão como jogados no lixo são atitudes simples e ao alcance de qualquer mortal e que contribuem significativamente para evitar ou mesmo diminuir infestações por formigas.
Formigas como Camponotus e Pheidole (Figuras A e B) são formigas grandes e que constroem seus ninhos em falhas nas estruturas das residências. Elas são as maiores formigas dentre as que geralmente invadem residências. Portanto, a presença dessas formigas pode indicar que há falhas nas estruturas do edifício. Esse e outros casos apontam para mais uma medida de controle, que é a eliminação de cavidades e vedação correta das pequenas aberturas. Vale lembrar que a eliminação do ninho ainda é a principal e mais eficiente forma de controle de infestação por formigas.
Figura “A” mostra Camponotus sp. e “B” mostra Pheidole sp.: a presença de qualquer uma dessas formigas pode indicar falhas nas estruturas das casas.
Exteriormente os cuidados também são válidos. A constante remoção de entulhos e cuidados com montes de lenha no exterior das residências são igualmente importantes. Não traga galhos de fora para dentro da casa: pode servir como um bom avião de passageiros para um monte das amiguinhas indesejáveis. Outra atitude válida é controlar a presença de insetos sugadores de seiva nos jardins e arredores, pois, como dito, eles se associam fortemente às formigas.
Uma tática alternativa é evitar mecanicamente o contato das formigas com locais desejados. Barreiras físicas como fita adesiva dupla face, vaselina e recipientes com água são boas pedidas para evitar que formigas subam nos pés das mesas ou camas, em berços, em leitos de hospitais ou mesmo em bancadas de cozinha ou laboratório. Uma mistura consagrada é vaselina sólida e óleo hidratante para bebês (uma proporção 1:1). Quando aplicada nesses locais, evita que as formigas subam.
E em casos de jardins? Como fazer o controle das famosas cortadeiras? Um método muito eficiente é a perturbação mecânica. Dar enxadadas no formigueiro das cortadeiras ajuda a desestabilizar todas as atividades do ninho. Se feita em constância, a perturbação mecânica pode inclusive eliminar a infestação.
Outras soluções podem se basear no uso de substâncias repelentes como casca de ovo moída, carvão vegetal moído, sal, farinha de osso e pão caseiro embebido em vinagre. Estes materiais devem ser colocados ao redor do formigueiro. Cuidado com sal e vinagre! Não nasce nada mais após a aplicação destes produtos, por isso aplique somente em regiões como calçadas, perto de estradas e em muros.