Crianças que vivem em casas com baratas têm mais asma
Uma pesquisa feita com 172 domicílios, em Recife, mostrou que 79 crianças estavam expostas a baratas. Nesse grupo, 32% tinham asma. Enquanto no grupo de 93 crianças que moravam em casas que não possuíam baratas, apenas 12% tinham asma. Essa análise feita pela Universidade Federal de Pernambuco mostrou que as baratas podem.
Sim, aumentar o risco de asma em crianças: chegam a ser três vezes maior do que as residências que não possuem a praga urbana.“No caso das baratas, são os fragmentos da sua superfície dispersos no ar que causam a alergia. Assim como há pessoas sensíveis a ácaros, há alérgicos a barata“, disse Roberto Stirbulov.
Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Mas é preciso eliminar por completo as baratas, porque mesmo mortas podem causar alergia. Quando mortas, partículas do exoesqueleto se decompõem e ficam no ar. Mesmo quem não tem predisposição à asma pode contrair outras alergias
Baratas podem ampliar o risco de asma entre crianças e adolescentes. Segundo estudos da Universidade Federal de Pernambuco, a incidência de asma em pessoas que moram em residências com baratas é três vezes maior do que entre os moradores de casas onde não há o inseto.
Os pesquisadores examinaram 172 domicílios dedetizados em Recife para verificar a existência de baratas mortas, o que confirmaria que os moradores estavam expostos aos insetos. Das 79 crianças que estavam expostas às baratas, 32% tinham asma; no grupo de 93 crianças que moravam em casas onde não foram encontradas baratas.
“No caso das baratas, são os fragmentos da sua superfície dispersos no ar que causam a alergia. Assim como há pessoas sensíveis a ácaros, há alérgicos a barata”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Roberto Stirbulov.
Nova York – Um grupo de cientistas descobriu que baratas seriam a explicação para as drásticas variações das taxas de asma infantil entre diversos bairros de Nova York. Em alguns lugares, 19% das crianças têm asma, o que equivale a quase uma em cada cinco, enquanto que em outros, a taxa pode ser de apenas 3%.
No passado, o trânsito intenso, os incineradores industriais e outras fontes de contaminação do ar foram responsabilizados pelos altos índices em determinados pontos. Mas especialistas da Universidade Columbia agora descobriram que as crianças que vivem em zonas com taxas altas de asma seriam duas vezes mais.
Além disso, na poeira doméstica dos bairros com altas taxas de asma.
– O estudo gera mais evidências de que a exposição às baratas é parte do problema – disse o autor da pesquisa, Matthew Perzanowski. – O alergênico das baratas realmente poderia contribuir para as diferenças entre prevalência de asma, inclusive em um ambiente urbano como a cidade de NY.
Para a pesquisa, publicada no “Journal of Allergy and Clinical Immunology”, a equipe de Perzanowski visitou as casa de 239 crianças de sete a oito anos, a metade das quais vivia em zonas com taxas elevadas da doença.
Mais da metade das crianças já sofria de asma. Durante as visitas, os pesquisadores recolheram poeira das camas das crianças e também retiravam amostras de sangue para buscar anticorpos contra vários alergênicos associados à asma, como proteínas de cachorro, gato, rato, poeira e barata.
Aproximadamente uma em cada quatro crianças de bairros com taxas elevadas de asma apresentaram reação alérgica a barata, contra uma em cada dez crianças que viviam em áreas onde a asma era menos comum.
As baratas liberam proteínas que as pessoas inalam e podem se tornar alérgicas, o que às vezes aumenta as possibilidade de desenvolver asma, de acordo com Perzanowski.