Como o Carrapato se Fixa nos Cães – Em 2003 estimava-se que os prejuízos econômicos causados à bovinocultura brasileira pelos carrapatos ultrapassam os US$ 2 bilhões anuais.
Essas perdas estariam relacionadas à mortalidade, à diminuição de ganho de peso e à depreciação do couro dos animais. Aos gastos com carrapaticidas e queda da produção de leite. Vem daí a importância de se aplicar diversos métodos de controle do carrapato, sendo que a correta aplicação e a associação dos métodos é que determina o sucesso do controle.
As formas de controle mais indicadas são:
– Rotação de pastagens
– Utilização de bovinos resistentes
– Aplicação de produtos químicos em animais.
A aplicação de métodos químicos, embora seja a forma de controle mais difundida entre os produtores, tem os inconvenientes da contaminação do ambiente e a restrição temporária da utilização da carne e do leite de animais tratados, além de contribuir para criar carrapatos resistentes a esses produtos.
Algumas pesquisas recentes apontam para alternativas ao controle tradicional de carrapatos. A utilização de pastagens específicas pode reduzir a sobrevivência dos carrapatos no ambiente. Gramíneas como o capim-gordura são interessantes neste sentido. Aparentemente, o óleo essencial do capim gordura tem efeito contra larvas do carrapato bovino.
Além disso, existe a possibilidade de controle biológico, utilizando insetos, nematóides e fungos. Essas alternativas também têm sido tema de estudos e interesse, pois causam menos agressões aos animais e ao ambiente.
Carrapatos e Cães
Atenção, a relação entre os carrapatos e os cachorros merece um destaque especial.
É bastante comum encontrar cachorros infestados por carrapatos devido à falta de cuidado. Algumas das medidas destacadas anteriormente (controle de carrapatos) são válidas para esse caso também, mas principalmente, deve-se frisar o cuidado na hora de remover os carrapatos do seu melhor amigo!
Os carrapatos devem ser removidos tão logo você os perceba. A permanência no hospedeiro aumenta os danos a este. Com o apoio de uma agente como a vaselina, bastará uma leve torção com um pinça para que o carrapato solte da pele do animal.
É comum a cabeça de o carrapato ficar aderida do animal. Nesse caso, tome o cuidado de retirá-la também, pois poderá causar uma inflamação prolongada. Por fim, use também um anti-séptico na região na picada.
Como o Carrapato se Fixa no Hospedeiro
A boca do carrapato é um pouco diferente da nossa! É formada basicamente por 3 peças, que desempenham funções específicas.
As quelíceras são estruturas cortantes, alongadas cilíndricas e feitas de quitina, assim como todo o revestimento externo do corpo desses animais. A função do par de quelíceras é de abrir uma incisão (um pequeno corte) na pele do hospedeiro e permitir a entrada do rostro.
Rostro é o nome dado ao conjunto quelíceras mais hipóstoma. Hipóstoma é a peça bucal, também quitinosa, que forma o canal alimentar, por onde passa o sangue sugado do hospedeiro e também por onde é secretada a saliva. A superfície externa do hipostóma é recoberta por dentes que auxiliam na fixação à pele do hospedeiro.
A terceira peça são os palpos, estruturas que auxiliam o carrapato a se ancorar no hospedeiro. Mas sua principal função é sensorial. Os palpos possuem receptores gustativos e olfativos. Além disso, os palpos são articulados e auxiliam no transporte do espermatóforo, que e a estrutura produzida pelo macho, onde ficam os gametas masculinos que serão usados pela fêmea na reprodução.
Pois bem, após a penetração do hipóstoma na pele do hospedeiro, a secreção das glândulas salivares é muito importante. Uma substância leitosa chamada cimento é secretada e endurece, facilitando a fixação do carrapato.
Além disso, a saliva contém algumas substâncias como anticoagulantes (evitam que o sangue forme coágulos, o que pararia o sangramento e interromperia a sucção) e também substâncias inflamatórias, que terão a função de aumentar o fluxo sanguíneo na região. Geralmente, quando o hospedeiro desenvolve respostas alérgicas à presença dos carrapatos, é em função dessas substancias inflamatórias.